terça-feira, 18 de agosto de 2009

A festa da minha terra - Coruche

Nasci no Ribatejo, vim morar para os arredores de Lisboa , tinha apenas 1 ano. No entanto todo o ambiente Ribatejano está no meu coração.
O trabalho no campo, de onde familiares meus recebem os seus rendimentos, trabalho muito duro, hoje já com a ajuda de máquinas, mas que continua a exigir mão de obra.
Os tractores que levavam as "mulheres" para o trabalho no campo.
Os trajes tão caracteristicos de quem tinha que se proteger do calor, a camisa de manga comprida, apesar do calor, as calças em tecido azul, que protegiam as pernas, a pequena saia, o chapéu com o lenço.
As aguadeiras, que transportavam a água fresca no cântaro de barro, sempre com o cocho de cortiça que serve de copo.
Os montes, casas caiadas de branco com a barra azul, que os meus pais conheceram habitadas, e que hoje se encontram caídas e abandonadas, eu nasci num monte.
O lume, feito debaixo da "chaminé" e que era utilizado para nos aquecermos no Inverno e para confecionar todas as refeições com as suas caracteristicas tão simples e saborosas, quer em casa ou até no trabalho do campo, onde existiam pessoas para cuidar das refeições.
A água, quer nas ribeiras para a rega, quer nas fontes onde se ía buscar nos cantaros de barro, a pé ou na carroça com o burro ou a mula, ainda me lembro de ir com o meu pai e avô.
As searas, predomina o tomate, mas existem outras, ainda me lembro de haver plantações de tabaco, que era desfolhado á medida que as folhas ficavam amarelas. O arroz, antigamente plantado pé por pé, mondado pelas mulheres que andavam sempre dentro de água.
Os ranchos, sim também há a alegria, cada terra mantém o seu rancho, onde jovens e menos jovens se dedicam a manter esta bonita tradição.
O artesanato, feito do que a natureza nos dá, predominando a cortiça e a madeira.

Estes promenores e outros fazem parte das minhas memórias. No ano passado assisti pela primeira vez ao cortejo nas festas de Nº.Sra. Castelo em Coruche onde retratam estes temas, fiquei encantada, este ano voltei a assistir, é lindo.
Ao contrário do que aconteceu no ano passado consegui "salvar" as fotos, assim vou aos poucos mostrá-las a vocês. Espero que gostem e as comentem, vão ter que ter paciência e ver um pouco de cada vez.


Os campinos
As panelas e os cantaros de barro, que servem para cozinhar e transportar a água

O artesanato, esta arte de fazer colheres de pau


Os detalhes, lindos temas esculpidos na pega





Depois há mais ....
Muito mais !!!